Google processada por guardar localização dos utilizadores abusivamente
Na semana passada a Google foi confrontada com o facto de registar a localização dos utilizadores, mesmo que estes desativem as funcionalidades de localização nos seus dispositivos. A própria empresa confirmou que este processo encontrava-se a ser realizado.
Não foi necessário esperar muito tempo para que comecem a surgir os primeiros casos de entidades a processar a Google devido a este registo indevido de dados. Napoleon Patacsil, de São Francisco, iniciou um processo contra a Google devido à recolha abusiva dos seus dados de localização.
O homem afirma que a Google terá violado as leis de privacidade da Califórnia e o direito à privacidade dos utilizadores, não sendo clara sobre os dados que estariam a ser recolhidos. Está ainda a ser ponderada a hipótese desta queixa se transformar numa ação conjunta por parte dos milhares de utilizadores que foram afetados. No entanto, ainda poderá demorar vários meses até que os juízes responsáveis pelo caso possam declarar esta queixa como uma ação conjunta.
Além disso, um conjunto de advogados da Electronic Privacy Information Center também procederam com o envio de uma carta para a FTC, sublinhando que as práticas da Google encontram-se em violação das políticas de consentimento de 2011.
Esta política da Google estipulava que a empresa não iria esconder factos relacionados com a forma como os dados dos utilizadores são recolhidos, bem como os efeitos para que serão utilizados.
De relembrar que, até ter sido descoberta a controvérsia com o registo das localizações dos utilizadores, a Google apenas afirmava que a funcionalidade poderia ser desativada a qualquer momento, e que nenhum registo iria ser guardado enquanto a função estivesse desligada.
No entanto, isto veio a confirmar-se não ser verdadeiro, e a piorar a situação, a empresa apenas decidiu modificar as suas políticas para melhor clarificar este ponto, invés de desativar a funcionalidade por completo como seria suposto. Isto foi realizado através da modificação das páginas de suporte da empresa, onde passou a ser indicado que alguns registos de localização ainda poderão ser obtidos a partir de outros serviços da empresa – como o Google Maps ou o sistema de pesquisa – mesmo que a funcionalidade de localização esteja desativada.
Resta agora aguardar mais informações acerca deste caso, que certamente ainda deverá permanecer nos tribunais por um longo período de tempo.