PJ deteve suspeitos de criarem larga operação de burla informática em Portugal
A PJ confirmou ter realizado recentemente uma nova operação, conhecida como “Selatis”, que teve como objetivo desmantelar uma rede criminosa que tentava atacar os sistemas informáticos de empresas.
De acordo com o comunicado, a operação foi realizada através da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), tendo sido detidos 25 indivíduos e realizados 27 mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, nos concelhos de Lisboa, Cascais, Amadora, Almada, Setúbal, Loures, Espinho e Porto.
Esta investigação terá começado em 2020, num esquema que era conhecido como “CEO Fraud”. Substituindo-se às verdadeiras empresas, os suspeitos criaram vários endereços de correio eletrónico fraudulentos, alteraram dados de pagamento e induziram as vítimas a efetuar avultadas transferências monetárias, para contas bancárias por si controladas e que se destinavam ao branqueamento de capitais.
Para as vítimas, estas acreditavam encontrar-se a falar com as empresas, e não com os atacantes.
Paralelamente, os mesmos agentes do crime criaram “websites” que simulavam empresas já existentes e que se dedicavam à comercialização de produtos de proteção individual, como seja luvas de látex, fatos de proteção, máscaras cirúrgicas e álcool-gel e após receberem o contacto das empresas interessadas, contactavam as mesmas por email ou telefone, fechando negócios com a condição da realização do pagamento antecipado.
O grupo terá aproveitado o período da pandemia para iniciar as suas atividades maliciosas, aproveitando-se do facto que muitas empresas começaram a trabalhar em formato digital.
No total terão sido usadas 50 contas bancárias em Portugal usadas para o esquema, com prejuízos em torno de 1 milhão e 300 mil euros.