Debian altera ideologia e vai começar a incluir firmware proprietário
Nos 29 anos de história do Debian, uma das suas vantagens para os fãs do distro era o facto deste ser construído inteiramente de software livre. Isto era algo que os mais puristas desta ideologia gostavam no sistema… mas as coisas vão brevemente mudar.
Isto porque, com a chegada do Debian 12, também conhecido como Bookworm, o sistema vai começar a integrar firmware proprietário.
O Debian sempre fornecer imagens do seu sistema com firmware proprietário, mas eram imagens opcionais e consideradas como experimentais – portanto não seriam a escolha principal dos utilizadores, a menos que estes quisessem.
No entanto, com o Debian 12, esta mudança vai aplicar-se de forma geral, sendo que o firmware proprietário vai chegar como parte nativa do sistema. No entanto, esta medida não foi algo inesperado, e na verdade, foi a decisão da própria comunidade.
Em Setembro, o grupo responsável pelo sistema criou uma votação junto da comunidade, de forma a analisar se a distro deveria contar com software proprietário dentro da sua imagem principal – algo que a comunidade decidiu que deveria acontecer.
Desta forma, a partir da próxima versão do Debian, o sistema vai começar a incluir software proprietário, que poderão ser ativados por padrão nos sistemas onde tal seja necessário. Como exemplo, caso o sistema tenha uma placa de rede que necessite de firmware proprietário, o sistema vai selecionar o mesmo para instalação automaticamente e por padrão.
Isto, atualmente, é algo bastante vulgar. Apesar de existirem drivers criadas em formato open-source para vários componentes de hardware, estas ainda ficam longe do que se obtém de firmware proprietário.
Apesar de a ideia de incluir software proprietário sobre as novas distribuições do Debian poder ser algo que certamente vai contra a ideia de alguns adeptos mais antigos do sistema, ao mesmo tempo a decisão vai de encontro com o que a própria comunidade pretende.
Para quem pretenda alternativas, existem sempre distros que mantêm o espírito original intacto, como é o caso do PureOS ou do Trisquel (este último baseado no Ubuntu).