EyeEm vai usar fotos dos utilizadores para treino de IA
A EyeEm, uma plataforma de fotografia comunitária, encontra-se a atualizar os seus termos de serviço, tendo levantado algumas questões sobre a forma como os conteúdos enviados pelos utilizadores para o serviço vão ser usados.
A empresa foi adquirida pela Freepik em finais do ano passado, depois de ter passado por um período complicado onde entrou em fase de insolvência. Na altura da aquisição, o EyeEm contava com mais de 160 milhões de fotos enviadas por 150.000 utilizadores.
Agora, a empresa encontra-se a notificar os seus utilizadores, informando que todos os conteúdos enviados para o serviço ao longo dos anos serão agora usados para treino de modelos de IA.
Os termos atualizados da plataforma agora referem que os conteúdos enviados para o serviço poderão ser usados livremente pela plataforma, para treino de modelos de IA. Esta medida aplica-se não apenas a novos conteúdos, mas também a todos os que tenham sido enviados para o serviço ao longo dos anos.
Os utilizadores que não pretendam que as suas fotos sejam usadas para treino de IA, devem remover as mesmas da plataforma. No entanto, até mesmo este processo tem vindo a revelar-se complicado, sendo que existem vários entraves para tal ser realizado.
Primeiro, a plataforma não permite que os utilizadores removam várias fotos ao mesmo tempo, o que pode complicar a tarefa de remover conteúdos de contas que tenham um elevado número de fotos enviadas.
Além disso, os conteúdos que foram colocados à venda na “loja” da plataforma – onde fotógrafos podem licenciar as suas fotos para uso em outras fontes – não serão diretamente removidos, e os utilizadores devem contactar um email de suporte da empresa a pedir a remoção.
A piorar a situação, a empresa informa ainda que, ao ser eliminado um conteúdo do serviço, este pode demorar até 180 dias para ser inteiramente removido dos sistemas da entidade. No entanto, os novos termos de serviço vão entrar em vigor dentro dos próximos 30 dias. Ou seja, mesmo que os utilizadores requeiram a remoção de conteúdos agora, estes ainda poderão manter-se na plataforma quando os novos termos entrarem em vigor.
A prática encontra-se a causar alguma controvérsia por parte de utilizadores da plataforma, sobretudo os que já nem a usam. A popularidade do serviço tem vindo a cair consideravelmente ao longo dos anos, e isto faz com que muitos profissionais tenham deixado os seus conteúdos no serviço, mas não removeram as suas contas e deixaram de usar o mesmo.
Quem pretenda agora remover os mesmos, tem de voltar a aceder ao serviço, passar por um processo complicado de remoção dos conteúdos, e mesmo assim, estes ainda podem ser usados para treino da IA, porque não são eliminados rapidamente pela plataforma.