Campanhas de desinformação das Eleições Europeias não são originárias da Rússia
Embora exista uma crescente preocupação que as próximas eleições europeias possam vir a sofrer interferências externas, mais concretamente da Rússia, os dados mais recentes apontam que a maioria das atividades focadas nessa ideia estão a surgir no mercado “interno” e não externo.
De acordo com um relatório da Meta, respeitante ao passado trimestre, a maioria das campanhas de desinformação sobre as eleições europeias possuem origem de países dentro da própria União Europeia. Embora existam casos onde a Rússia realmente tenha sido identificada como a originária de certas campanhas, a grande maioria ainda ocorre no mercado interno.
Uma das campanhas conhecidas da Rússia é a “Doppelgänger”, que continua a expandir-se para o ocidente. Esta surge regulamente através de publicações enganadores e falsas notícias distribuídas pelos meios sociais, como redes sociais e plataformas de vídeos.
No entanto, embora as suas atividades sejam prejudiciais, estas falham em alcançar o público alvo. A maioria dos conteúdos criados dentro desta campanha acabam por ser descartados ou removidos antes sequer de chegarem a algum utilizador.
Apesar das sensibilidades em torno de ameaças e interferências estrangeiras, a Meta afirmou que “a maioria do comportamento inautêntico focado na UE que interrompemos até agora tem sido de natureza doméstica,” incluindo uma pequena rede baseada na Croácia e outros “clusters inautênticos mais simples” em França, Alemanha, Polónia e Itália.
As ameaças estrangeiras identificadas pela empresa “estavam principalmente focadas em minar o apoio à Ucrânia entre os estados-membros da UE, em vez de direcionar diretamente as eleições parlamentares da UE.”
As eleições que começam a 6 de junho verão os eleitores dos estados-membros da UE eleger um total de 705 Membros do Parlamento Europeu (MEP), embora estes indivíduos tenham muito menos poder do que os legisladores em outros sistemas. A Comissão Europeia — composta por oficiais nomeados por cada estado-membro — forma efetivamente o governo de gabinete.