NGL encontra-se banida dos EUA por permitir contas de menores de idade
Durante esta semana, a FTC dos EUA confirmou o bloqueio da aplicação NGL de todo o continente, depois de uma investigação ter confirmado que a app estaria a alojar conteúdos de menores de idade.
Este bloqueio, que será inédito nos EUA, surge depois de uma investigação ter identificado que a empresa estava ativamente a focar-se em menores de idade como o seu público alvo, criando campanhas destinadas aos mesmos, além de falsas promessas de moderação com IA.
Segundo a FTC, a NGL estaria a focar-se em menores de idade e jovens, mesmo sabendo que as suas práticas poderiam expor os mesmos a situações de assédio e ataques diretos. A FTC considera ainda que a empresa não teve em consideração as medidas de segurança necessárias para estes utilizadores, focando-se em menores de idade para as suas atividades e explorando os mesmos para lucro.
Embora a NGL seja uma app social relativamente pequena e para nichos, comparado com plataformas como o Instagram, em 2022 chegou a atingir alguns campos de popularidade, sendo mesmo uma das apps mais descarregadas da App Store na altura.
A app classifica-se como uma forma de permitir aos utilizadores colocarem questões para amigos, desconhecidos e contactos em outros meios sociais, que podem depois responder aos mesmos.
A FTC considera que as práticas da empresa foram agravadas com as alegações de que a entidade usava IA para a moderação de conteúdos e para garantir a segurança dos utilizadores, algo que a investigação confirmou não ser verdade, onde não existiria praticamente qualquer moderação neste formato.
Por fim, as autoridades consideram ainda que a aplicação aplicava técnicas desonestas para obter subscrições, onde os utilizadores poderiam pagar 10 dólares por mês para obterem informações de quem deixava determinados comentários, sabendo assim a identidade dos mesmos – algo que nem sempre era verdade.
João Figueiredo, um dos cofundadores da empresa, terá mesmo instruído os funcionários para levarem a app para junto de comunidades de estudantes, e incentivarem os mesmos a usar a aplicação. Quando existiam críticas para a aplicação, alegadamente os executivos da NGL “riam-se, chamando-os de otários”.
Por fim, a FTC considera ainda que a app violou a lei COPPA, que obriga que apps focadas para menores de 13 anos tenham de requerer autorização para uso dos pais ou tutores legais, algo que a plataforma não realizava. Na realidade, a app não teria sequer um sistema de verificação de idade, onde fosse possível validar a idade de cada pessoa na plataforma.
Face a todas as acusações, a NGL e os seus executivos concordaram em pagar mais de 4,5 milhões de dólares para resolverem a disputa, e em aplicar práticas para irem de encontro com as medidas apontadas pelas autoridades. Os menores de 18 anos encontram-se também proibidos de usar a app nos EUA.