Hackers exploram falha zero-day no Chrome em jogo da blockchain
O grupo de hackers “Lazarus”, conhecido pelas suas atividades relacionadas com o governo da Coreia do Norte, encontra-se a usar uma falha associada ao navegador Google Chrome, com o objetivo de levar à instalação de spyware no sistema das vítimas através de jogos baseados na blockchain.
O grupo encontra-se a explorar uma falha zero-day, onde as vítimas são aliciadas diretamente para uma falsa plataforma, que promete ganhos via NFT na blockchain. No entanto, o objetivo será explorar esta falha para levar à instalação de spyware nos sistemas, além de roubar carteiras de criptomoedas e outros dados potencialmente sensíveis.
De acordo com os investigadores da empresa Kaspersky Labs, o jogo encontra-se a ser fortemente promovido em plataformas sociais como o LinkedIn e X, e funciona como seria de esperar. Quem acede ao mesmo, em primeira instância, não deverá notar qualquer problema diretamente associado a este.
Apelidado de DeTankZone ou DeTankWar, o jogo usa NFTs como “tanques virtuais”, onde os jogadores devem combater entre si. O simples fato dos jogadores estarem no jogo seria suficiente para permitir que o ataque fosse realizado com sucesso – mesmo sem descarregar qualquer conteúdo diretamente para o sistema.
A falha explorava o motor de javascript V8 do Chrome, e permitia que comandos remotos fossem enviados diretamente para o sistema, o que poderia levar a potenciais casos de instalação de malware e roubo de dados sensíveis.
Segundo os investigadores, o jogo e as suas intenções tinham sido originalmente descobertas em Fevereiro, por um especialista em segurança da Microsoft. No entanto, nessa altura, desconhecia-se exatamente o formato e vetor de ataque.
Depois da exploração ter sido publicamente conhecida, o site associado ao jogo removeu o código que explorava a falha, ainda antes da Kaspersky Labs ter possibilidade de o verificar. Porém, foram descobertos indícios que ajudaram a identificar a falha, que foi prontamente notificada para a Google.
A correção da mesma foi entretanto lançada para o Chrome, e deverá já encontrar-se na grande maioria dos sistemas – portanto não pode ser ativamente explorada. A mesma foi agora publicamente revelada tendo em conta que a grande maioria dos sistemas já se encontram atualizados, o que impede que a falha possa ser explorada.