TikTok acusado de apresentar vídeos da guerra para menores de idade
Durante as últimas semanas, várias plataformas sociais começaram a aplicar medidas para remover conteúdos considerados como violentes sobre a guerra entre Israel e Hamas. O TikTok é uma dessas plataformas, que apesar de indicar que milhares de conteúdos já foram removidos, ainda parecem existir alguns conteúdos problemáticos sobre a plataforma.
Uma investigação do portal The Wall Street Journal indica que a plataforma ainda conta com conteúdos potencialmente danosos, e mais importante, encontra-se a apresentar os mesmos para crianças menores de idade.
O portal afirma ter criado 8 contas diferentes, dentro do TikTok, como sendo crianças de 13 anos de idade. Com apenas algumas horas de uso da plataforma, em praticamente todas as contas começaram a surgir conteúdos considerados como extremistas sobre a guerra, contendo imagens e vídeos sobre os ataques.
O portal afirma que os vídeos com conteúdos deste formato começaram a surgir por volta do 58º vídeo visualizado no feed principal. A partir desse momento, mais conteúdos do mesmo formato começaram também a surgir.
Muitos dos vídeos demonstravam conteúdos da guerra, desde incidentes com menores a mortes e conteúdos prejudiciais para crianças de 13 anos.
Importante notar que, de todas as contas criadas para esta experiência, nenhuma seguia perfis relacionados com o conflito ou que estivessem a partilhar esses conteúdos. Os mesmos começaram a surgir de forma repentina apenas pelo algoritmo e as suas recomendações.
Isto demonstra que a plataforma encontra-se a apresentar vídeos de conteúdos que estão em “foco” no momento, mesmo que esses conteúdos sejam potencialmente prejudiciais para os utilizadores finais.
A fonte afirma ainda que estes conteúdos foram apresentados mesmo para uma conta que tinha o modo de restrição ativo, que normalmente limita consideravelmente o formato de conteúdos que podem ser vistos dentro da plataforma.
Em resposta a esta experiência, o TikTok afirma que a mesma possui falhas e erros, visto que as contas não apresentam uma interação real como a que acontece com os jovens, nomeadamente a nível de gostar dos conteúdos e dos comentários – critérios que são tidos em conta para ajustar os algoritmos à preferência de cada utilizador.
A juntar a isso, o TikTok afirma que já removeu mais de 6.9 milhões de vídeos contendo conteúdos impróprios, e mais de 2.4 milhões de contas foram banidas por promoverem terrorismo ou atos violentos.