Novo malware de Android abusa componentes de segurança do sistema

Novo malware de Android abusa componentes de segurança do sistema

De tempos a tempos surgem novos malwares focados para dispositivos Android, e recentemente, um grupo de investigadores revelou ter descoberto um novo malware que é capaz de usar vários mecanismos de segurança para tentar contornar algumas das proteções do sistema.

Apelidado de Snowblind, este foca-se em fazer-se passar por uma aplicação legitima que necessita de acesso aos serviços de acessibilidade para as mais variadas tarefas. Caso seja concedido, o malware pode assim recolher dados sensíveis dos utilizadores, incluindo senhas, e até ter o controlo total do dispositivo.

Para realizar esta atividade, o malware usa um componente do kernel de Linux, conhecido como “seccomp”, que deveria garantir a integridade das aplicações e proteger os utilizadores de possíveis ataques.

De acordo com os investigadores da Promon, o malware é capaz de usar o componente do kernel de Linux para se manter indetetável na maioria dos sistemas de segurança, podendo assim realizar ações potencialmente sensíveis.

Este componente foi originalmente criado para o Android 8, e impede que as aplicações possam enviar comandos potencialmente abusivos para o sistema. No entanto, o malware consegue tirar proveito do mesmo para evitar ser identificado e as suas atividades descobertas por alguns sistemas e registos de segurança, mantendo assim o malware ativo durante mais tempo.

Os investigadores acreditam que, atualmente, não existem mecanismos suficientes para garantir total proteção contra este género de ataques, e o malware pode assim executar comandos potencialmente sensíveis no sistema que podem levar a roubos de dados e outras atividades maliciosas.

Em comunicado, a Google afirma que não parecem existir indícios que este malware tenha sido propagado via a Play Store, o que indica que as atividades maliciosas devem ter começado em aplicações instaladas de fontes de terceiros ou pela internet, ou através de esquemas que levam as vitimas a instalarem as apps sobre outros pretextos.