Estudo aponta que pirataria pode ajudar a reduzir a pobreza
A pirataria é, sem sobre de dúvidas, um tema controverso. Apesar de a sua popularidade pela internet já ter vivido dias melhorias, ainda existe uma forte discussão relativamente ao facto se a pirataria realmente causa os prejuízos que as entidades que não a defendem afirmam.
Um dos principais pontos de defesa contra a pirataria encontra-se nas perdas que a mesma gera para as entidades que possuem os seus conteúdos roubados para a prática. Seja imagens, filmes, jogos ou software, a pirataria acarreta perdas monetárias para os detentores dos direitos de autor.
Nesta vertente, existem os piratas online que realizem a pirataria pelo simples facto de poderem, mas também existem outros que a realizam porque, doutra forma, não possuem meios para obter aquilo que pretendem.
Este ponto é particularmente visível sobre software em geral. Sistemas como o Windows e Office possuem licenças associadas, que por vezes podem custar centenas de euros – e as licenças em “mercados cinza”, como já vimos no TugaTech, estão longe de ser verdadeiramente legais.
Pela internet encontra-se muitos nomes bem conhecidos nos mais variados setores que começaram as suas experiências através da pirataria. Um dos exemplos encontra-se com muitos designers e animadores, que possivelmente nos primeiros anos de prática usaram software pirata para as suas atividades.
E com isto surge a questão: será que a pirataria pode ajudar a mitigar a pobreza?
É exatamente isso que um estudo do Balkan Journal of Social Sciences tenta provar. Os investigadores deste estudo analisaram o impacto da pirataria para a pobreza dos utilizadores, entre 2003 e 2017, verificando como a prática ajuda ou não a aliviar os efeitos da pobreza sentida por muitos na América Latina.
Segundo os resultados do estudo, os locais com mais taxa de pirataria online são também os que verificam uma queda acentuada nos principais fatores para classificar a “pobreza”. Ou seja, segundo o estudo, o uso de conteúdos pirateados ajuda a diminuir os principais tratos de pobreza, em parte porque esse conteúdo pode ajudar no desenvolvimento de outras atividades que levam à redução desses fatores.
Veja-se o exemplo dos artistas, que apesar de poderem começar com o uso de software pirata, ao mesmo tempo esse software pode ajudar a iniciar um negócio ou uma marca, o que acaba por ajudar numa carreira profissional para o futuro.
Obviamente, o debate sobre este tema ainda deverá encontrar-se bastante acesso. O estudo apenas analisou os efeitos da pirataria sobre a pobreza, e não o contrário. Ou seja, ainda não existe uma validação real se a pirataria pode ser superior em locais onde exista mais pobreza entre a população.