Submarino desaparecido de viagem ao Titanic é controlado por um simples comando

Submarino desaparecido de viagem ao Titanic é controlado por um simples comando

No passado domingo, um submarino da OceanGate, com cinco pessoas no interior, desapareceu misteriosamente sem deixar rasto quando se deslocava para uma viagem até aos destroços do Titanic.

A história surpreendeu o mundo, tendo em conta o súbito desaparecimento do mesmo dos radares, sem qualquer alerta. O submarino tinha oxigénio suficiente para cerca de 96 horas. As buscas ainda se encontram a ser realizadas, mas conhecem-se agora mais detalhes sobre o submarino e a forma como o mesmo era controlado.

Numa entrevista realizada pela CBS News ao CEO da OceanGate, Stockton Rush, este demonstrou como o controlo do submarino era feito usando apenas um comando Logitech F710. Na altura, o CEO indicava que o veículo submergível contava com equipamento 4K tanto externo como interno, que permitiam capturar conteúdos em redor do mesmo em alta qualidade.

É importante notar, no entanto, que este género de sistemas de controlo não são inteiramente novos. Existem diversos veículos que são usados com controlos tradicionais, incluindo comandos normalmente encontrados em plataformas de jogos e computadores.

Em parte, isto deve-se ao facto deste género de acessórios serem bastante simples de usar e versáteis, o que lhes permite terem um grande controlo por parte de qualquer pessoa sem grande treino.

O jornalista David Pongue, da BBC News, também teve oportunidade de verificar o submarino faz alguns meses, e confirma pelo Twitter que os comandos da Logitech são o principal meio de controlo do mesmo quando este se encontra em alto mar.

imagem dos comandos do submarino

No entanto, este meio de controlo não é infalível. Qualquer utilizador que tenha usado um comando ligado a um PC, ainda mais via wireless, certamente que deve ter passado pela experiência de o mesmo ter deixado de funcionar subitamente.

Possivelmente, num sistema como um submarino, este género de controlos devem ter medidas de precaução adicionais, mas nada impede que o mesmo deixe de funcionar subitamente. As medidas de segurança seriam esperadas de uma viagem que custa quase 250.000 dólares por pessoa.

Além disso, antes de qualquer viagem, os participantes necessitam de assinar um acordo em como tomaram conhecimento que o submarino ainda se trata de um veículo experimental, e que podem ocorrer problemas do mesmo – incluindo problemas que resultem em danos físicos aos viajantes.

Apesar de o veículo contar cm um sistema de comunicação via internet, quando se encontra debaixo de água a comunicação é feita sobretudo via ondas de rádio e mensagens de texto. Não existe também uma ligação GPS ativa no mesmo.

Apesar de o sistema de comunicação ser baseado em texto, o jornalista da BBC News, que teve oportunidade de experimentar o submarino alguns meses antes deste incidente, afirma que as mensagens apenas podem ser enviadas quando o mesmo se encontra diretamente abaixo do navio de controlo.

Na realidade, o jornalista presenciou este mesmo problema quando esteve a realizar a sua peça. Durante a gravação da notícia, o submarino esteve perdido durante cerca de uma hora, por falhas nas comunicações e que impediam ao posto de controlo saber exatamente onde este se encontrava (pode verificar o momento no vídeo em seguida, por volta dos 7 minutos e 27 segundos).

O jornalista afirma ainda que o veículo não conta com qualquer género de localizador externo, que permitiria a localização do mesmo. A estrutura encontra-se ainda fechada a partir do exterior, pelo que não existe forma dos passageiros abrirem o mesmo durante a viagem – e mesmo que o submarino seja encontrado, ainda será necessário a equipa de resgate abrir externamente o mesmo.

Até ao momento ainda se desconhece a localização do mesmo.