PJ revela detalhes da operação de desmantelamento da burla “Olá Mãe, Olá Pai”

PJ revela detalhes da operação de desmantelamento da burla

A PJ confirmou ter realizado uma operação, que terá sido constituída por cinco buscas não domiciliárias, visando um conjunto de lojas em área comercial do centro de Lisboa, e duas buscas domiciliárias na margem sul. O objetivo da operação terá sido desmantelar uma estrutura criminosa relacionada com o esquema “Olá Pai /Olá Mãe”.

Como se sabe, a burla do “Olá Pai /Olá Mãe” ocorre sobretudo via o WhatsApp, em que uma pessoa faz-se passar por filho/a de um contacto, pedindo dinheiro para diferentes atividades, e alegando que perdeu o telemóvel para contactar diretamente do mesmo.

A investigação a este esquema, por parte da PJ, iniciou-se em agosto de 2023, sendo que as autoridades rapidamente identificaram que “os números SIM utilizados não se repetiam e que utilizavam, preferencialmente, números afetos a uma única operadora nacional.”

De acordo com o comunicado da PJ, a operação “Cartões sem Rasto” foi levada a cabo, tendo permitindo apreender “1.300 cartões SIM (oferta), tendo-se constituído arguidos cinco pessoas individuais e três pessoas coletivos.”

Além disso, em Maio deste ano, “a investigação permitiu identificar e localizar possível o “ponto de difusão das mensagens”, sendo que as buscas e apreensões, realizadas na altura, fundamentaram a detenção de um suspeito, a quem foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva.”

A PJ sublinha que o suspeito usava “sete modem´s, VOIP GATEWAY, cada um com 32 portas, operando em simultâneo 224 cartões SIM. Entre maio e novembro de 2023, foram operados nestes sete modem´s cerca de 43.000 cartões.”

Modems VOIP

Foram ainda apreendidos “8.500 cartões SIM, 1.500 já utilizados e 7.000 por utilizar, o que revela a grandeza do esquema criminoso e as potencialidades de propagação de mensagens, que vitimaram largas centenas de cidadãos em todo o país.”

Para realizar o esquema, os suspeitos obtinham cartões SIM de oferta, que eram normalmente enviados para festivais de música e em museus por parte das operadoras. Um suspeito teria a responsabilidade de obter estes cartões e fornecer para as práticas. Estes cartões SIM “permitia a sua utilização gratuita por 15 dias e, dessa forma, abrir contas WhatsApp e expedir mensagens de forma massiva.”

A rede “angariava esses cartões oferta em diferentes áreas da Grande Lisboa, vendendo-os depois, para utilização pela estrutura criminosa, agora desmantelada.”