Cloudflare forçada a bloquear sites piratas em Itália sobre o 1.1.1.1

Um tribunal em Itália acaba de ordenar a plataforma do Cloudflare a bloquear três sites de pirataria no pais sobre o seu serviço de DNS Público – o 1.1.1.1.

Este terá sido o resultado de um pedido feito por vários grupos de antipirataria em Itália, que passou para o tribunal local, resultando na ordem de bloqueio para o fornecedor de DNS. Apesar de o Cloudflare não armazenar os conteúdos dos sites em si, através da sua plataforma de DNS público 1.1.1.1 encontra-se a permitir a resolução dos domínios no pais, contornando outros bloqueios que possam estar a ser aplicados no mesmo.

A ordem coloca ainda mais pressão sobre o Cloudflare, que nos últimos anos tem vindo a travar uma dura batalha com os gestores de direitos de autor em diferentes mercados. Vários destes gestores acusam o Cloudflare de diretamente ajudar a pirataria, ocultando a origem dos servidores onde os sites se encontram alojados, embora a plataforma em si não guarde qualquer conteúdo dos sites nos seus servidores.

A empresa condena este género de medidas, alegando que o seu serviço apenas consiste como fornecimento de cache, não alojando os conteúdos diretamente. Mesmo que a empresa bloqueie um website, isso não vai impedir o conteúdo de se encontrar acessível pela internet na normalidade – apenas facilita a tarefa de identificar a origem onde os mesmos estão alojados.

Apesar de a empresa ter recebido, no passado, pedidos para bloquear e remover sites do seu serviço de cache, esta é a primeira vez que são tomadas medidas contra o serviço de DNS público que a empresa oferece.

De acordo com o portal TorrentFreak, esta medida obriga agora a plataforma a bloquear três sites considerados de pirataria em Itália. Estes websites já se encontravam bloqueados nos DNS fornecidos pelas principais operadoras locais, sendo que muitos utilizadores contornavam essa limitação com recurso a DNSs como os da Cloudflare.

No entanto, com a ordem agora aplicada pelo tribunal, a Cloudflare terá de ser forçada a bloquear os sites também sobre o seu DNS público da 1.1.1.1, impedindo que quem use o mesmo de aceder aos domínios indicados na ordem de bloqueio – bem como futuros domínios que os sites possam vir a usar para contornar o bloqueio. Caso a Cloudflare não aplique a medida, enfrenta agora possíveis coimas junto da justiça italiana.

No entanto, esta medida pode vir a ter impacto futuro para outras plataformas de DNS público. Entidades como a Google DNS, Quad9 e OpenDNS podem vir também a ser forçadas, sobre as mesmas ordens, a bloquear os sites dos seus serviços. Teoricamente, os utilizadores que fazem uso destes serviços podem vir a deixar de ter acesso aos mesmos.

De relembrar que um caso similar foi também realizado sobre a Quad9, onde esta foi forçada a bloquear um site pirata do seu serviço de DNS público. Neste o caso ainda se encontra em análise pela justiça.

A Cloudflare possui agora 30 dias para aplicar o bloqueio, embora seja previsível que a empresa venha a recorrer da decisão.