Pontos de carregamento de veículos elétricos estão em risco de ataque
De acordo com um recente estudo da empresa de segurança Check Point Software, os pontos de carregamento para veículos elétricos podem estar abertos a serem alvo de ataques, com consequências graves para os utilizadores.
Governos de todo o mundo estão a pressionar as empresas, para a utilização de tecnologias mais verdes, para combater as alterações climáticas e reduzir a sua dependência dos hidrocarbonetos.
A Noruega construiu uma rede de 17.000 pontos de carregamento, enquanto o Departamento de Transportes dos EUA anunciou recentemente um plano de $5B para a criação de uma nova rede de estações de carregamento de VE.
Já em Portugal, o governo, apoia a criação dos postos de carregamento, através de uma comparticipação de 80% no valor do posto, tendo que ser posteriormente ligado à rede Mobi.E. No entanto, embora as empresas automóveis estejam a aumentar a produção de novos veículos elétricos, a indústria automóvel não está a fazer o suficiente para lidar com as preocupações de cibersegurança em torno, do que são essencialmente dispositivos IoT.
Quando os utilizadores carregam os seus veículos, existe também uma ligação de dados entre o veículo e o servidor da empresa que gere o posto. As estações de carregamento estão ligadas à Internet e, como qualquer outro dispositivo IoT, são vulneráveis às ações dos cibercriminosos.
Se um hacker conseguir ter acesso a um centro de carregamento, isto pode ter consequências graves, tais como:
- Risco para a segurança do utilizador: Teoricamente, através de um ponto de carregamento, um hacker pode aceder ao sistema de gestão do motor de um veículo e ou comprometer a segurança, o desempenho ou desativar o veículo por completo. Imagine que o veículo em questão fosse uma ambulância, onde os atrasos poderiam constituir uma ameaça à vida.
- Comprometer as Redes de Carregamento: Os hackers teriam a possibilidade de derrubar uma rede inteira de centros de carregamento, aproveitando apenas uma vulnerabilidade de um dispositivo. Isto poderia resultar em perda de receitas para o operador, bem como em incalculáveis perturbações na rede rodoviária.
- Perda comercial: Para além de encerrar uma rede de hubs de VE, os hackers teriam acesso ao software de gestão dos operadores e poderiam atacar através de ransomware com os consequentes danos financeiros e de reputação. Além disso, muitas frotas comerciais estão a converter-se para energia elétrica e um hacker poderia desativar toda uma operação de entrega apenas a partir do portátil.
- Sistemas de pagamento: Os hackers podem potencialmente comprometer os sistemas de pagamento num ponto central de VE, causando perdas financeiras para o condutor e/ou para o operador de rede.
Os hackers não perdem tempo a aumentar a escala e a sofisticação dos ataques. A Check Point Research relatou recentemente um aumento global de 59% apenas nos ataques de ransomware, enquanto a indústria de transportes do Reino Unido registou uma média de 979 ciberataques por semana durante os últimos seis meses.
Como resultado, não demorará muito até que se note o potencial de exploração das estações de carregamento dos VE, pelo que é fundamental que as tecnologias mais recentes e mais ecológicas sejam protegidas.
“As alterações climáticas e a necessidade de reduzir a nossa dependência do petróleo realçam a mudança imperativa para meios e formas de transporte mais ecológicas. As preocupações com a cibersegurança podem ser outro obstáculo ao crescimento futuro do mercado de veículos elétricos, pelo que é vital que a indústria leve a sério a ameaça. Os dispositivos de carregamento não seguros são uma porta aberta a hackers cada vez mais sofisticados e, no entanto, existem soluções de segurança comprovadas para a Internet sem fios que poderiam prevenir tais ataques e encorajar ainda mais o desenvolvimento de viagens sustentáveis”, Afirma Rui Duro Country Manager na Check Point Software