Juiz considera que imagem criada por IA não pode ser alvo de direitos de autor

Juiz considera que imagem criada por IA não pode ser alvo de direitos de autor

Nos últimos meses temos vindo a verificar um aumento considerável nas tecnologias de IA a surgirem pelo mercado, sobretudo nas que respeita a criação de conteúdos. Isto abre também as questões sobre a autoria dessas imagens e os direitos de autor, tendo em conta o uso dos modelos de IA para criar as mesmas.

No entanto, um juiz nos EUA pode agora ter deixado uma decisão importante para o futuro da criação de conteúdos via IA. Sobre um caso associado com os direitos de autor de uma imagem criada por IA, o juiz decretou que este género de conteúdo não pode ser atribuído com proteção de copyright porque não teve uma autoria humana envolvida.

De acordo com o portal The Hollywood Reporter, o juiz refere que “Os direitos autorais nunca foram tão longe […] a ponto de proteger trabalhos gerados por novas formas de tecnologia operando sem qualquer mão humana orientadora”.

O caso em questão envolve Dr. Stephen Thaler contra a US Copyright Office, que negou por duas vezes a tentativa de registo de direitos de autor de uma imagem criada por IA. Em causa encontra-se a imagem apelidada de “A Recent Entrance to Paradise “, que a autoridade dos EUA considera que não pode ser atribuído com direitos de autor porque foi criado via IA.

O juiz responsável pelo caso deixou, no entanto, o alerta que o crescente uso de IA no mercado pode vir a levantar “questões desafiadoras” sobre o limite necessário para se considerar uma obra criada por IA como elegível para proteção de direitos de autor. Existem atualmente várias batalhas legais sobre a autoria de imagens criadas por IA, e sobre os direitos da mesma, com partes a indicarem que o conteúdo continua a ser protegido pelos direitos que foram usados nos modelos de IA, ou do outro lado, que esses conteúdos são considerados como “novos” e únicos, tendo a sua própria identidade.

Este é, no entanto, a primeira decisão judicial tomada sobre um conteúdo criado por IA e com foco nos seus direitos de autor, e pode abrir as portas para novos casos no futuro. De notar que Thaler afirma que vai recorrer da decisão.