Google prepara-se para o fim do adblock no Chrome?

Google prepara-se para o fim do adblock no Chrome?

A Google encontra-se a preparar uma grande mudança para o Chrome já no início do próximo ano. Tal como estava previsto faz já algum tempo, a empresa vai começar a adotar o novo Manifest V3 sobre o navegador, alterando consideravelmente a forma como as extensões funcionam dentro do navegador.

O Manifest é um conjunto de regras que as extensões necessitam de seguir, na forma como usam as funcionalidades do navegador e interagem com os conteúdos. Na ideia da Google, o Manifest V3 será uma melhoria a nível da privacidade e segurança, fornecendo mudanças face à versão anterior V2.

O projeto de mudança começou em 2021, mas a pandemia veio alterar os planos da Google. No entanto, agora a empresa veio confirmar que as mudanças vão começar a ser aplicadas, e começam já em 2024.

Apesar de a Google considerar que o Manifest V3 vai melhorar consideravelmente a privacidade e segurança, muitos utilizadores e programadores consideram que esta medida será mais uma forma da Google controlar os bloqueadores de publicidade no navegador – reduzindo consideravelmente a sua funcionalidade.

Isto porque, por entre a nova versão, encontram-se mudanças que afetam negativamente a forma como os bloqueadores de publicidade funcionam, a nível da filtragem de conteúdos. Estes terão consideravelmente mais limites na forma de bloquear a publicidade – apesar de não ser impossível de o realizar, obriga a grandes mudanças.

Por exemplo, sobre as novas regras do Manifest V3, as extensões apenas podem usar filtros de conteúdos que tenham “apenas” 30 mil regras. Este valor é consideravelmente abaixo do que se encontra em filtros de publicidade, como os existentes no uBlock Origin – que atualmente contam com 300 mil regras por padrão.

A medida vai afetar seriamente a forma como os bloqueadores de publicidade funcionam dentro do Chrome. Mesmo que não torne impossível o bloqueio de conteúdos, vão dificultar consideravelmente a medida para muitos.

De notar que a mudança encontra-se a ser aplicada sobre o Google Chrome, e outros navegadores já confirmaram que não vão seguir a mesma medida. Por exemplo, o Firefox já garantiu que não pretende implementar o Manifest V2 no seu navegador, assim como outros navegadores baseados em Chromium – por exemplo, o Brave.